Sedes imperfeitos!
Então você procura um ser perfeito: alto, cabelos negros,
olhos amendoados, sorriso desconcertante, forte. OK. Fácil de arrumar. Temos
disponibilidade no mercado de uns 100 ou mil que podem preencher esse
pré-requisito, mas daí um pouco você perceberá que esse cara ideal não
aguentará te ver sem maquiagem, acima do peso e com as unhas sem pintar.
Perceberá que o seu Ken quer uma Barbie e você nem pra uma Suzy tá prestando. E
assim vai se frustrar e ver que a vida não é feita apenas de estereótipos
físicos, mas sim de pulsar, de realidades e de pessoas comuns, dessas que pegam
ônibus lotado e que você encontra em filas de padaria. Que o mundo não se resume
em academia, aplicativos de Iphone e baladas sertanejas, e entenderá finalmente
que as pessoas das quais você tem desejo de se relacionar estão brincando com
seus cachorros ou lendo algum livro como qualquer pessoa normal, fora desse
glamour que a vida foi pintada pra alguns. E vai ser que é naquele nerd de altura
mediana, riso franco e óculos de aro de tartaruga que sua felicidade pode
estar.
Júlia Siqueira
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