O amor é brega!

O amor é brega como filme de sessão da tarde, show de Amado Batista ou ver Silvio Santos no fim de um domingo sentado no sofá da sala com os avós degustando um balde de pipoca queimada. O amor é brega como namoro de portão vigiado pelos pais, livro de autoajuda barato e cd bíblico do Cid Moreira. O amor é brega como pinguim em cima de geladeira, decoração com garrafa pet e calça listrada com camisa xadrez. O amor é brega, e ser brega é amar.
O amor espera sorrateiro, até despontar em um belo dia (ou não tão belo assim) para nos deixar amplamente reféns dele, que contraditoriamente nos aprisiona e nos liberta. Nos vemos escrevendo extensas mensagens melosas, nos pegamos associando músicas a momentos, nos apegamos a cheiros, lugares e pessoas, presos a apelidos infantis e rindo a toa como se estivesse ouvindo com auxílio de um chip ou aparato tecnológico qualquer uma comédia stand-up que não tem fim. Mas não é ruim. Ruim é viver amargurado, colecionando misérias e desgraças, chorando sem motivo e se irritando sem razão. O amor é brega, e ser brega é amar, mas se é bom, que sejamos “bregueiros” até o fim de nossos dias.

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