O sentinela

Ei, passei a noite velando o seu sono, como anjo guardião ou cão de guarda – ainda não sei qual dos dois me assemelho mais –, os dedos acariciando de leve a sua pele macia enquanto você fazia expressões faciais involuntárias, ora chateando-se pela perturbação do sono ora pelo acolhimento do toque. Você se debatia muito na cama, roubava a todo instante o meu cobertor, outras vezes não se cobria como deveria, ria, conversava enquanto sonhava e assim permanecia. Já pela manhã, você levantou, tomou banho, vestiu-se e saiu para trabalhar, então o seu sentinela finalmente pôs-se a dormir para poder fazer tudo de novo na noite que viria.

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