Dia desses

Rua deserta. Bar vazio. Entre um gole e outro do uísque barato que estava em meu copo, dava uma tragada no cigarro que pedi ao vizinho hoje pela manhã. Tempos de crise. Crise existencial. Perguntei-me o que faço nesse mundo, uma vez, duas, diversas, milhares. Já esqueci a quantidade. Na verdade ando me esquecendo de tudo, de viver, de sonhar, de ser, de estar, como se no ápice dos meus vinte e poucos um Alzheimer me acometesse. Vivo sendo empurrado, ora pra frente ora pra trás, como se talvez existisse alguém que me queira tirar dessa condição. E havia. Você! Em meio ao deserto costumeiro de domingo, você surgiu como um oásis em meio à solidão vivida. Sorriso limpo, coração também! Quem será? Nunca havia te visto por aqui. Que vontade de te seguir, dizer eu te amo e ser taxado de louco por amar assim tão repentinamente. Crise? Acabou! Vícios? Trégua neles! Inércia? Só como lei da física! Você me movimentou, e eu estou movimentando em sua direção. Quem inventou o amor? Não sabe? Deve ser um gênio!

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