Kill me

Deixe-me com a alma rasgada, destruída, mas que me deixe. Não me mate com doses homeopáticas para aumentar o meu sofrimento, faça de maneira mais eficaz. Vá até a cozinha e em meios as prateleiras busque uma taça e encha com o vinho caro e de péssimo gosto que me deu no Natal passado. Nele, dilua um veneno poderoso, arsênico, cicuta ou veneno de rato, para que a minha morte seja instantânea e assim eu me veja livre das suas amarras, desse amor doentio que me sufoca e te faz diferente de tudo que eu imaginei.
Depois do meu trágico desenlace, enterre junto ao meu corpo frio os presentes que me deu, os carinhos disfarçados que disse um dia sentir e deixe tudo ali na cova gélida, para que eles sejam corroídos pelos vermes junto com a minha carne em putrefação e o amor (diria agora ilusão) que um dia havia no meu peito. Coloque flores brancas no meu túmulo e saia sem remorso. Aqui me sentirei feliz. Morri pra você e você também pra mim.  

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